Está a decorrer o prazo para entrega de candidaturas ao MODCOM até 12-03-2010.
Trata-se de Sistema de incentivos adequado ao pequeno comércio, onde se incluem: comércio tradicional, farmácias, empresas em espaços rurais, empresas de reparação e venda de automóveis e peças, etc.
Entidades beneficiárias
- Comércio por grosso ou a retalho [CAE 45, 46 e 47 (Rev. 3 — 2007)]
Não reembolsável (i. é, a fundo perdido) – até 45% das despesas elegíveis (até 60% para associações)
Despesas elegíveis (Acção A):
- Realização de obras; - Aquisição de toldos e reclamos exteriores; - Aquisição de equipamentos de exposição; - Aquisição de máquinas e equipamentos, incluindo hardware/software, introdução de tecnologias de informação e comunicação, equipamentos de segurança adequados, investimentos em serviços pós-venda e outros; - Elaboração de estudos, diagnósticos, projectos de arquitectura, engenharia, design, vitrinismo e processo de candidatura; aquisição e registo de marcas; - (...)
Amancio Ortega até hoje nunca concedeu entrevistas e apesar do sucesso alcançado pelo grupo Inditex, condisera-se uma pessoa normal que pretende continuar no anonimato, mesmo sendo considerado o homem mais rico de Espanha. No ranking mundial, Ortega posiciona-se no 23º lugar com um património avaliado em 10.2 biliões de euros. Embora outros empresários posicionados neste ranking tenham herdado fortunas ou negócios de gerações anteriores, Ortega começou do zero. O seu percurso profissional começou cedo. Aos 14 anos abandonou os estudos para começar a trabalhar, aos 27 anos deu os seus primeiros passos como empresário na área têxtil lançando as primeiras sementes das ideias que o ajudaram a erguer o seu actual império têxtil. O grande diferencial de Ortega em relação às outras empresas foi o facto deste fabricar peças com a mesma qualidade e estética das peças mais caras no mercado mas, com um preço mais reduzido. Além disso introduziu um factor inovador na altura, a criação de tamanhos grandes e extragrandes. E assim nasceu a Zara. Actualmente, a Zara comercializa peças que são cópias dos modelitos de grifes como Prada e Armani mas com preços mais acessíveis. A combinação entre qualidade aceitável e preços baixos revelou-se infalível. Um dos axiomas prediletos de Ortega é "90% das vendas é a montra". Por isso, as lojas surgem nos melhores pontos das cidades e as montras e os interiores são concebidos com o máximo de cuidado.
O modelo de negócios da marca tem sido estudado em grandes escolas de negócios do mundo. Para além das estratégias anteriormente mencionadas, a loja aposta em tempos de exposição das peças muito reduzidos, obrigando os clientes a visitarem a loja mais vezes em busca de novidades. Além disso, conta com um esquema de logística extremamente rápido que consegue responder em 48h, isto é, depois da loja efectuar o pedido, as peças chegam a qualquer parte do mundo em 48h. O quartel-general do império localiza-se em Arteixo e é constituída por 16 fábricas ligadas ao centro logístico por dois túneis e 210 quilómetros de trilhos por onde transitam as roupas acabadas para serem distribuídas. A produção é de cerca de 3 milhões de peças de roupas por semana. O grupo tem mais de 40 000 empregados, mas uma parte fundamental da operação é realizada por milhares de terceiros que não entram nessa estatística. Cerca de 80% das peças são produzidas nesse esquema. O restante é fabricado na Ásia e no norte da África. Finalizado o acabamento, as peças são devolvidas à sede, onde são feitos o controlo de qualidade e o empacotamento.
O grupo Inditex é um exemplo claro de rápida expansão no mundo da moda tendo duplicado o tamanho nos últimos anos. Actualmente existem 2.442 lojas Inditex em 58 países e este número necessita ser actualizado constantemente pois estima-se que surge quase uma nova loja do grupo por dia. Um dos grandes sucessos do grupo é o transporte de pequenos lotes sem se importar em despachar as peças em transportes com metade da lotação de carga por toda a Europa e até outros lugares mais longínquos como o Japão. A sensação de urgência criada nas consumidoras pelo ritmo intenso de reposição das mercadorias acaba por compensar todo esse custo. O stock de uma loja da Zara gira, em média sete vezes por ano, extinguindo por isso a ideia de que o stock deve apenas girar 4 vezes coincidindo com a mudança de estações.
"Esta nova ciência surgiu a partir da neuroeconomia, que há alguns anos começou a questionar os métodos tradicionais da economia, principalmente o comportamento do consumidor: «A Economia defende, por exemplo, que se uma loja colocar bastantes produtos o consumidor fica mais contente. Mas não. A quantidade também 'acende' uma parte do cérebro - a ínsula - que provoca medo», explica Pedro Camargo. Prova disso é um estudo realizado por uma universidade norte-americana, que colocou duas marcas de geleia na prateleira de um supermercado. 43% das pessoas compraram pelo menos uma. Quando colocaram 40 tipos diferentes, só 3% compraram. O neuromarketing surge assim para desconstruir estes mitos e ajudar as marcas e os próprios consumidores a perceberem e controlarem o consumo (...). O espaço físico dos pontos de venda - como, por exemplo, a altura do tecto - também tem influência no comportamento dos consumidores. Se o tecto tiver mais de três metros, os estímulos cerebrais dos consumidores transmitem tranquilidade, levando-os a ficar mais tempo na loja, e logo, a comprar mais produtos. Se o tecto for baixo, o consumidor fica mais desperto e observa ao mínimo pormenor os produtos, comprando em menor quantidade." In Jornal SOL, 27 de Novembro de 2009
Artigo e Imagens adaptadas do Artigo "Eu compro,tu compras, ele compra" in Revista Única 15 junho 2009.
Tem-se assistido ao aparecimento de novos e modernos processos de merchandising com a finalidade de tornarem os produtos mais apelativos, levando o consumidor a deixar-se seduzir pelos mesmos. Desde as decorações de espaços de loja até à própria música ambiente, tudo é valido para tornar esta experiência única para o consumidor.
Ana Penim, especialista em Psicosssociologia do Consumo e uma das fundadoras e administradoras do Instituto de Negociação e Vendas (IVN) defende que “é preciso estar atento a todos os detalhes e jogar com muitos conhecimentos prévios”.
Um exemplo claro da evolução das técnicas de merchandising é a loja Bershka no centro comercial Vasco da Gama em Lisboa. O segmento que pretende abranger é o segmento dos adolescentes e para isso recorreu a um ambiente escuro, lettering alaranjado, música actual e uma decoração livre de adereços. As montras desta loja conseguem traduzir-se em verdadeiras lições de vitrinismo. Recentemente a loja apresentou uma montra com 3 manequins em poses naturais que recebiam a iluminação principal, colocados estrategicamente junto do ponto mais próximo da entrada. Segundo Ana Penim, independentemente da direcção dos clientes, havia pelo menos um manequim voltado na sua direcção. Já dentro da loja, existiam mais 3 manequins visíveis do exterior que estavam localizados ligeiramente à esquerda deixando livre a zona da direita, “o sentido natural de circulação para a maior parte dos consumidores, qualquer que seja a natureza do espaço comercial”, explica a responsável pelo INV. O espaço da loja Bershka é caracterizado por alguma desarrumação e a existência de uma ou outra peça fora do lugar precisamente para atrair a atenção dos consumidores e faze-los identificar-se com a marca, comportamentos esses que são típicos da adolescência. Assim, numa primeira observação, pode-se constatar que nas lojas Bershka todo o mobiliário está voltado para a porta, os artigos são organizados por tendências e os expositores centrais são utilizados para artigos com maior rotatividade. As manchas de cor servem para criar pontos focais e a música direccionada para o público-alvo, os jovens, permite tornar esta experiência de consumo única.
Desde que o enfoque do marketing passou a considerar que em cada consumidor havia um individuo, um ser único e individual, as lojas e as marcas tentam proporcionar aos seus consumidores verdadeiras experiências de consumo. Segundo José António Rousseau, director geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), os indivíduos desejam experiencias de compra agradáveis, querem ser fascinados e que as suas compras determinem quem são. Por outro lado, a loja Stradivarius optou por colocar as caixas de pagamento junto da saída porque muitas vezes verifica-se que os pais dos adolescentes preferem esperar junto à porta de saída e assim, esta localização estratégica permite que os pais possam entrar na loja na última fase do processo de compra dos seus filhos, a realização da compra efectiva.
A Massimo Dutti em Lisboa optou por colocar cada peça de roupa inserida em combinações de artigos. Esses mesmos artigos são expostos segundo uma logica de rotatividade e cross selling. As mesas localizadas junto da entrada têm como objectivo fazer o consumidor parar e reparar nos artigos aí expostos. Todos os outros artigos estão repartidos por estilos diferentes enquanto que por sua vez os acessórios estão em expositores abertos, levando o consumidor a tocar. Também se encontram dentro da loja, bustos com camisas, colares e malas a condizer com intuito levar o consumidor a comprar os 3 artigos. Todo o espaço da loja reflete a identidade da marca, as colunas e o chão refletem uma imagem clássica, a iluminação também é usada para atrair o cliente e existe uma especial preocupação na altura dos artigos, o consumidor tem que conseguir chegar até eles.
Cristina Costa, directora da Visual Attack e professora na Escola de Comércio de Lisboa afirma que “comunicar um produto num ponto de venda, o visual merchandising, é uma tarefa apaixonante” e que é necessário socorrer-se de “regras de bom senso, manchas de cor, jogos de simetria e assimetria” e que não há ramo que fique fora do alcance desta ciência “desde pastelarias a stands de automóveis”.
A loja FNAC é um óptimo exemplo em como os artigos estão estrategicamente colocados à altura dos consumidores, os espaços oferecem zonas de leitura e confortáveis sofás para os consumidores desfrutarem de agradáveis momentos
Há conclusões que são unanimes, vende mais o que está à altura dos olhos ou artigos que interagem com o consumidor e lhes permite manusea-los. Mas Ana Penim afirma que não basta reunir as regras e inaugurar uma loja porque sem conceito não há negócio.